É sabido que estejamos onde estivermos havemos de encontrar um português. Nem que seja no mais inesperado lugar do Mundo. Pois saber para onde vamos e conhecer um pouco das suas culturas torna-se, hoje em dia, numa ferramenta fundamental para quem emigra ou simplesmente vai de férias.
Nós descobrimos algumas "manias" interessantes através de um artigo públicado no Sábado online e hoje decidimos partilhadas com o público do Código Postal Internacional.
O gesto do OK
pode dar azo a muitas confusões. Por exemplo, para os brasileiros o
círculo com o polegar e o indicador é um gesto obsceno. Mas para os
americanos significa tão simplesmente que está tudo bem. No Japão
quer dizer dinheiro, em França, pelo contrário, significa que algo
não tem valor. Para os alemães é o equivalente a idiota.
Há
outro gesto com a mão que tem várias interpretações de acordo com
o país. Na Austrália, fazer o V de vitória ou mostrar o polegar
para cima, com a mão fechada, quer dizer uma asneira. Para os
turcos, romenos, gregos e para alguns países latinos, a mão em figa
tem conotação sexual, enquanto para os polacos, russos e búlgaros
é uma resposta negativa. O gesto para pedir boleia também tem uma
conotação sexual na Sardenha, Turquia e na Grécia. (...)
Nos países árabes,
mostrar a sola do sapato, ao cruzar as pernas, é grosseiro, pois é
considerada a parte mais suja. Na Tailândia nunca se deve mostrar a
planta dos pés. Estes são considerados a parte mais humilde do
corpo por estarem em contacto com o chão. Apontá-los a alguém é
uma ofensa.
Na Índia, é obrigatório tirar o calçado quando se
entra em casa de alguém ou num local de culto. O mesmo acontece no
Japão.
Na Coreia do Sul não se assoa o nariz na rua, e no Japão
não espirram diante das outras pessoas. Se isso acontecer, os
japoneses ignoram educadamente o facto e fingem que nada ocorreu.
Na
Suíça, deixar o casaco pendurado nas costas de uma cadeira é falta
de educação. Na Alemanha, por mais calor que esteja, nunca tiram o
casaco ou arregaçam as mangas da camisa. É sinal de desleixo.
No
mundo árabe, é comum o interlocutor, durante a negociação,
levantar-se e ausentar-se durante 20 minutos para orar. Entender as
normas sociais é importante, pois revela interesse.
Superstições
Os chineses são muito
supersticiosos com os números. O 8 sugere prosperidade, enquanto o 4
é considerado um símbolo de morte e, por isso, deve ser evitado.
Atenção ao calendário, não escolha o dia 14 para reuniões, nem
marque reuniões no 14º andar. Não escolha restaurantes que sejam
no número 44, ou tenha 4 pessoas à mesa. Muitas vezes, o 4 é
suprimido como se não existisse. Já o dia 8 é o mais escolhido
para casar, assinar contratos, celebrar acontecimentos ou fazer
parcerias.
Os gregos não gostam de terças-feiras, dias 13, data
em que caiu o império bizantino. (…)
Cumprimentar
Na Hungria, beijar a
mão a uma senhora voltou a estar na moda, até entre políticos. O
aperto de mão é bem aceite na maioria dos países ocidentais. Mas
prepare-se para receber de um russo um beijo na face. Os americanos,
pelo contrário, só dão beijinhos a quem conhecem bem. Os indianos
e os tailandeses juntam as mãos em forma de prece, enquanto os
japoneses, chineses e coreanos se curvam para a frente, em sinal de
respeito.
Na Arábia Saudita, o cumprimento entre homens e
mulheres não é habitual, embora no contacto com estrangeiros se
aperte a mão de forma cordial. (...)
Pontualidade
Os povos mais pontuais
do mundo são os suíços, ingleses, alemães, escandinavos e
orientais. Nos Estados Unidos, quando se reserva uma mesa no
restaurante, espera-se que as pessoas cheguem com 15 minutos de
antecedência.
Os atrasos são vistos como ofensa na China,
Alemanha, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia e Singapura.
Na
Alemanha, os encontros, reuniões ou refeições, devem ser
confirmados uns dias antes da data marcada, e só se devem cancelar
em caso de extrema urgência. Os belgas têm tolerância zero em
relação à falta de pontualidade.
Para os búlgaros e
australianos, a pontualidade é também indispensável e esperam que
chegue alguns minutos antes da hora. Se prevê que vai chegar mais
mais tarde, avise, pedindo desculpa. O mesmo acontece em Cabo
Verde.
No Canadá, as demoras são encaradas como falta de
respeito. Para o povo chinês chegar atrasado ou cancelar uma reunião
em cima da hora é uma ofensa gravíssima, podendo pôr em causa a
relação profissional ou negocial.
Em Angola é aconselhável
chegar a horas, mas convém estar preparado para esperar o tempo que
for necessário. Na Argentina, as horas marcadas são flexíveis.
Quanto mais importante for o empresário, mais se fará esperar.
No
Brasil, os encontros no horário combinado são casos raros. O
trânsito serve sempre de desculpa nas grandes cidades. Para os
egípcios também é comum chegar tarde ou não comparecer, não
mostrando qualquer preocupação com o facto. O mesmo acontece com os
vizinhos marroquinos.
Refeições
Se for convidado para
uma refeição na Turquia, prove todos os pratos. Se alguém sair da
mesa, todos param de comer até ela voltar.
Na Alemanha, não se
discute negócios à mesa. A conversação é de circunstância e
meramente social. O mesmo acontece na maioria dos países como
Argentina, Austrália ou Angola. Neste país, recusar um convite para
almoçar ou jantar é uma descortesia. Pobreza, desigualdade social
ou sexo são temas proibidos, e os conflitos políticos ou religião
são assuntos a evitar. No polo oposto estão os turcos que elegem as
refeições como o momento perfeito para falar de negócios.
Uma
das formas de ficar mais próximo dos sauditas é perguntar sobre a
saúde, bem-estar dos filhos, irmãos, tios e primos. Não se deve
perguntar nunca sobre as mulheres da família. Apesar de haver
talheres às refeições, os sauditas comem com as mãos. Deve
comer-se exclusivamente com a mão direita (a esquerda é para a
higiene pessoal) e apenas a comida que lhe é oferecida. Comer
grandes quantidades é sinal de que se gosta da refeição.
Normalmente, não se
fala muito e o anfitrião é o último a servir-se. Nos restaurantes,
deixar comida no prato é sinal de riqueza. Em Cabo Verde, significa
que se encontra satisfeito. Na Áustria, pelo contrário, deve-se
deixar o prato limpo. Não se esqueça que os árabes não consomem
álcool nem produtos derivados de porco.
Na Austrália, são
habituais as idas aos pubs, e é costume que cada pessoa pague à
vez. É muito comum encontrar restaurantes com a sinalização BYO
(Bring Your Own), ou seja, traga a sua própria bebida. À semelhança
dos australianos, os austríacos não misturam negócios com vida
social, mas apreciam recepções ou cocktails para estreitar
relações. Bastante formais, a refeição obedece a um ritual desde
a entrada: os homens abrem a porta às mulheres e indicam o seu lugar
à mesa; iniciam a refeição com um brinde e o convidado de honra
deve retribuir o gesto.
Na Bélgica, deve enviar-se um cartão de
agradecimento ou telefonar no dia seguinte ao jantar. Deve levar-se
também flores à anfitriã, excepto rosas vermelhas e crisântemos,
e vinho para o anfitrião. Em França, não se deve levar flores
brancas (usadas nos casamentos), cravos vermelhos (sinal de má
vontade). (...)
Na China, o convite para um jantar deve ser
repetido três vezes antes de ser aceite. Ao chegar junto da porta da
sala de jantar não passe de imediato, mesmo que convidado a sê-lo.
Deve recusar três vezes a cedência da passagem e depois passar,
agradecendo. A regra é comer de tudo sem perguntar o que é, e
elogiar sempre. Não experimentar tudo é uma ofensa. O uso dos
talheres exige alguns cuidados: nunca espete os pauzinhos no arroz ou
os coloque em paralelo em cima da tigela, pois dá azar. O facto de
comer ruidosamente, por exemplo, a sopa e o camarão, é sinal de que
a comida é saborosa. As refeições são acompanhadas de chá quente
e recusá-lo é uma ofensa. É preferível aceitar e não bebê-lo.
Não se deve pedir água, porque é insulto não beber vinho. Se for
abstémio, diga que está proibido pelo seu médico. (...)
Há
duas coisas sagradas em Itália: a igreja católica e a família. As
refeições são momentos importantes dos quais se deve retirar
prazer. Assim, não se deve comer muito depressa, mas acompanhar o
ritmo do anfitrião. Beber desenfreadamente não é visto com bons
olhos.
(...)
Presentes
Na Alemanha, não se
devem oferecer como presentes tesouras, facas ou guarda-chuvas,
ligados ao azar. Quando se oferecem flores, devem ser sempre em
número ímpar, nunca devem ser rosas vermelhas, crisantemos, lírios
brancos ou amarelos.
Na Arábia Saudita deve evitar-se álcool,
perfumes com alcool, peles derivadas de porco, peças de roupa
íntima, imagens ou esculturas de nus, principalmente de mulheres,
mesmo que sejam obras de arte.
Em Angola, os presentes são
habituais e podem ser dados na primeira reunião, como forma de
estreitar relações. Para os argentinos, o embrulho é determinante,
porque revela a importância que se dá à oferta. Os chineses também
apreciam a troca de presentes. É uma forma de demonstrar respeito e
estima, são um quebra-gelo que facilitam as relações. Se ao
receber um presente e no momento não tiver como retribuir, não deve
aceitar.
Antes de aceitar deve recusar três vezes, para logo de
seguida mostrar agrado em recebê-lo. E deve sempre utilizar as duas
mãos para dar ou aceitar presentes. Ao entregá-lo deve pedir
desculpa pela modéstia do mesmo, dizendo que não é digno da
pessoa. Neste país, não deve oferecer livros, que designam perdas,
chapéus e bonés verdes, que apontam para marido traído; relógios
de pulso ou de parede, que significam a contagem do tempo para a
morte. Especial atenção para a cor do papel de embrulho: o branco e
azul cobalto são associados ao luto e ao cemitério; o dourado e o
vermelho espelham alegria e felicidade."