sábado, 11 de janeiro de 2014

Quando a razão da saudade é (em parte) a razão da mudança


No outro dia, estava a ler um artigo  muito interessante, num blogue sobre a emigração. O artigo escrito pela autora, referia o quão é difícil controlar a saudade para quem vive noutro país. A autora sugeria que a saudade deveria ficar a hibernar como os micróbios para não se multiplicarem. Assim, em temperaturas negativas, eles estagnam e não se desenvolvem mais. Também a saudade de quem está longe, deveria ser colocada a hibernar, parada, estagnada!

Confesso, que o que li deixou-me a pensar! Particularmente, na minha situação. Dei comigo a perguntar-me: "Mas que raio de Mãe és tu? Sais do teu país e deixas as tuas filhas?!" Como pude ser capaz? Este é o meu coração de mãe a falar. Em seguida, a cabeça chama o coração à razão "Não, na verdade não tinhas outra opção! E o sacrifício vai valer a pena! E o futuro delas irá compensar."
É um misto de emoções por vezes difíceis de controlar. Se por um lado queremos agarrar esta oportunidade com todas as nossas forças, por outro lado não é fácil gerir a saudade, sem dúvida a parte mais dificil e negativa de quem decide emigrar.
Porém, em tudo na minha vida tento tirar partido do lado positivo. Olhar para o que aparentemente possa ser um obstáculo, ou uma coisa menos boa, e perspetivar o lado positivo. Assim o tenho feito neste caso. Assim tenho conseguido gerir a saudade. O pensamento está nelas, no futuro, e se delas sinto tanta saudade, nelas me inspiro e motivo para superar mais um dia, para vencer mais uma batalha, para chegar mais perto do dia em que voltaremos a estar juntas.

Uma coisa é certa, a saudade mostra realmente quem é importante para nós!
Os amigos, mesmo à distância, estão lá, as conversas mantêm-se regularmente seja por escrito ou via Skype/redes sociais. Mas a família... percebemos o quanto realmente a amamos e quanta falta nos faz. Não chega falar, precisamos tocar, sentir o cheiro, abraçar. Só damos real valor ao que temos quando estamos longe e então tomamos consciência do quanto são importantes para nós.