sábado, 6 de julho de 2013

Um mundo de culturas...

É sabido que estejamos onde estivermos havemos de encontrar um português. Nem que seja no mais inesperado lugar do Mundo. Pois saber para onde vamos e conhecer um pouco das suas culturas torna-se, hoje em dia, numa ferramenta fundamental para quem emigra ou simplesmente vai de férias.
Nós descobrimos algumas "manias" interessantes através de um artigo públicado no Sábado online e hoje decidimos partilhadas com o público do Código Postal Internacional.


"Gestos
O gesto do OK pode dar azo a muitas confusões. Por exemplo, para os brasileiros o círculo com o polegar e o indicador é um gesto obsceno. Mas para os americanos significa tão simplesmente que está tudo bem. No Japão quer dizer dinheiro, em França, pelo contrário, significa que algo não tem valor. Para os alemães é o equivalente a idiota.
Há outro gesto com a mão que tem várias interpretações de acordo com o país. Na Austrália, fazer o V de vitória ou mostrar o polegar para cima, com a mão fechada, quer dizer uma asneira. Para os turcos, romenos, gregos e para alguns países latinos, a mão em figa tem conotação sexual, enquanto para os polacos, russos e búlgaros é uma resposta negativa. O gesto para pedir boleia também tem uma conotação sexual na Sardenha, Turquia e na Grécia. (...)
Nos países árabes, mostrar a sola do sapato, ao cruzar as pernas, é grosseiro, pois é considerada a parte mais suja. Na Tailândia nunca se deve mostrar a planta dos pés. Estes são considerados a parte mais humilde do corpo por estarem em contacto com o chão. Apontá-los a alguém é uma ofensa.
Na Índia, é obrigatório tirar o calçado quando se entra em casa de alguém ou num local de culto. O mesmo acontece no Japão.
Na Coreia do Sul não se assoa o nariz na rua, e no Japão não espirram diante das outras pessoas. Se isso acontecer, os japoneses ignoram educadamente o facto e fingem que nada ocorreu.
Na Suíça, deixar o casaco pendurado nas costas de uma cadeira é falta de educação. Na Alemanha, por mais calor que esteja, nunca tiram o casaco ou arregaçam as mangas da camisa. É sinal de desleixo.
No mundo árabe, é comum o interlocutor, durante a negociação, levantar-se e ausentar-se durante 20 minutos para orar. Entender as normas sociais é importante, pois revela interesse.

Superstições
Os chineses são muito supersticiosos com os números. O 8 sugere prosperidade, enquanto o 4 é considerado um símbolo de morte e, por isso, deve ser evitado. Atenção ao calendário, não escolha o dia 14 para reuniões, nem marque reuniões no 14º andar. Não escolha restaurantes que sejam no número 44, ou tenha 4 pessoas à mesa. Muitas vezes, o 4 é suprimido como se não existisse. Já o dia 8 é o mais escolhido para casar, assinar contratos, celebrar acontecimentos ou fazer parcerias.
Os gregos não gostam de terças-feiras, dias 13, data em que caiu o império bizantino. (…)

Cumprimentar
Na Hungria, beijar a mão a uma senhora voltou a estar na moda, até entre políticos. O aperto de mão é bem aceite na maioria dos países ocidentais. Mas prepare-se para receber de um russo um beijo na face. Os americanos, pelo contrário, só dão beijinhos a quem conhecem bem. Os indianos e os tailandeses juntam as mãos em forma de prece, enquanto os japoneses, chineses e coreanos se curvam para a frente, em sinal de respeito.
Na Arábia Saudita, o cumprimento entre homens e mulheres não é habitual, embora no contacto com estrangeiros se aperte a mão de forma cordial. (...)

Pontualidade
Os povos mais pontuais do mundo são os suíços, ingleses, alemães, escandinavos e orientais. Nos Estados Unidos, quando se reserva uma mesa no restaurante, espera-se que as pessoas cheguem com 15 minutos de antecedência.
Os atrasos são vistos como ofensa na China, Alemanha, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia e Singapura.
Na Alemanha, os encontros, reuniões ou refeições, devem ser confirmados uns dias antes da data marcada, e só se devem cancelar em caso de extrema urgência. Os belgas têm tolerância zero em relação à falta de pontualidade.
Para os búlgaros e australianos, a pontualidade é também indispensável e esperam que chegue alguns minutos antes da hora. Se prevê que vai chegar mais mais tarde, avise, pedindo desculpa. O mesmo acontece em Cabo Verde.
No Canadá, as demoras são encaradas como falta de respeito. Para o povo chinês chegar atrasado ou cancelar uma reunião em cima da hora é uma ofensa gravíssima, podendo pôr em causa a relação profissional ou negocial.
Em Angola é aconselhável chegar a horas, mas convém estar preparado para esperar o tempo que for necessário. Na Argentina, as horas marcadas são flexíveis. Quanto mais importante for o empresário, mais se fará esperar.
No Brasil, os encontros no horário combinado são casos raros. O trânsito serve sempre de desculpa nas grandes cidades. Para os egípcios também é comum chegar tarde ou não comparecer, não mostrando qualquer preocupação com o facto. O mesmo acontece com os vizinhos marroquinos.

Refeições
Se for convidado para uma refeição na Turquia, prove todos os pratos. Se alguém sair da mesa, todos param de comer até ela voltar.
Na Alemanha, não se discute negócios à mesa. A conversação é de circunstância e meramente social. O mesmo acontece na maioria dos países como Argentina, Austrália ou Angola. Neste país, recusar um convite para almoçar ou jantar é uma descortesia. Pobreza, desigualdade social ou sexo são temas proibidos, e os conflitos políticos ou religião são assuntos a evitar. No polo oposto estão os turcos que elegem as refeições como o momento perfeito para falar de negócios.
Uma das formas de ficar mais próximo dos sauditas é perguntar sobre a saúde, bem-estar dos filhos, irmãos, tios e primos. Não se deve perguntar nunca sobre as mulheres da família. Apesar de haver talheres às refeições, os sauditas comem com as mãos. Deve comer-se exclusivamente com a mão direita (a esquerda é para a higiene pessoal) e apenas a comida que lhe é oferecida. Comer grandes quantidades é sinal de que se gosta da refeição.
Normalmente, não se fala muito e o anfitrião é o último a servir-se. Nos restaurantes, deixar comida no prato é sinal de riqueza. Em Cabo Verde, significa que se encontra satisfeito. Na Áustria, pelo contrário, deve-se deixar o prato limpo. Não se esqueça que os árabes não consomem álcool nem produtos derivados de porco.
Na Austrália, são habituais as idas aos pubs, e é costume que cada pessoa pague à vez. É muito comum encontrar restaurantes com a sinalização BYO (Bring Your Own), ou seja, traga a sua própria bebida. À semelhança dos australianos, os austríacos não misturam negócios com vida social, mas apreciam recepções ou cocktails para estreitar relações. Bastante formais, a refeição obedece a um ritual desde a entrada: os homens abrem a porta às mulheres e indicam o seu lugar à mesa; iniciam a refeição com um brinde e o convidado de honra deve retribuir o gesto.
Na Bélgica, deve enviar-se um cartão de agradecimento ou telefonar no dia seguinte ao jantar. Deve levar-se também flores à anfitriã, excepto rosas vermelhas e crisântemos, e vinho para o anfitrião. Em França, não se deve levar flores brancas (usadas nos casamentos), cravos vermelhos (sinal de má vontade). (...)
Na China, o convite para um jantar deve ser repetido três vezes antes de ser aceite. Ao chegar junto da porta da sala de jantar não passe de imediato, mesmo que convidado a sê-lo. Deve recusar três vezes a cedência da passagem e depois passar, agradecendo. A regra é comer de tudo sem perguntar o que é, e elogiar sempre. Não experimentar tudo é uma ofensa. O uso dos talheres exige alguns cuidados: nunca espete os pauzinhos no arroz ou os coloque em paralelo em cima da tigela, pois dá azar. O facto de comer ruidosamente, por exemplo, a sopa e o camarão, é sinal de que a comida é saborosa. As refeições são acompanhadas de chá quente e recusá-lo é uma ofensa. É preferível aceitar e não bebê-lo. Não se deve pedir água, porque é insulto não beber vinho. Se for abstémio, diga que está proibido pelo seu médico. (...)
Há duas coisas sagradas em Itália: a igreja católica e a família. As refeições são momentos importantes dos quais se deve retirar prazer. Assim, não se deve comer muito depressa, mas acompanhar o ritmo do anfitrião. Beber desenfreadamente não é visto com bons olhos.
(...)

Presentes
Na Alemanha, não se devem oferecer como presentes tesouras, facas ou guarda-chuvas, ligados ao azar. Quando se oferecem flores, devem ser sempre em número ímpar, nunca devem ser rosas vermelhas, crisantemos, lírios brancos ou amarelos.
Na Arábia Saudita deve evitar-se álcool, perfumes com alcool, peles derivadas de porco, peças de roupa íntima, imagens ou esculturas de nus, principalmente de mulheres, mesmo que sejam obras de arte.
Em Angola, os presentes são habituais e podem ser dados na primeira reunião, como forma de estreitar relações. Para os argentinos, o embrulho é determinante, porque revela a importância que se dá à oferta. Os chineses também apreciam a troca de presentes. É uma forma de demonstrar respeito e estima, são um quebra-gelo que facilitam as relações. Se ao receber um presente e no momento não tiver como retribuir, não deve aceitar.
Antes de aceitar deve recusar três vezes, para logo de seguida mostrar agrado em recebê-lo. E deve sempre utilizar as duas mãos para dar ou aceitar presentes. Ao entregá-lo deve pedir desculpa pela modéstia do mesmo, dizendo que não é digno da pessoa. Neste país, não deve oferecer livros, que designam perdas, chapéus e bonés verdes, que apontam para marido traído; relógios de pulso ou de parede, que significam a contagem do tempo para a morte. Especial atenção para a cor do papel de embrulho: o branco e azul cobalto são associados ao luto e ao cemitério; o dourado e o vermelho espelham alegria e felicidade."